terça-feira, 2 de agosto de 2011

"Eu estou morto, minha cabeça é feita de cobre e as cobras em meu estômago estão me queimando"


Ou a história de como a CIA teria provocado mortes e a maior bad trip da humanidade ao testar secretamente os efeitos do LSD em uma pequena cidade francesa

O século XX não foi muito generoso com Pont-Saint-Esprit. Fundada por volta do ano 500, a pequena cidade passou pelos séculos sem grandes atribulações. Às margens do Rio Ródano, no sul da França, ela permanecia praticamente inalterada, com estilo de vida e construções que lembravam os tempos medievais. Aí veio a Segunda Guerra Mundial. A cidade foi ocupada pelos alemães, os cidadãos foram divididos entre colaboradores e resistência. No final dos combates, ela foi invadida pelos Estados Unidos, que destruíram algumas construções históricas, incluindo a ponte que lhe dá o nome. Ao final, Pont-Saint-Esprit era uma cidade dividida, com grandes ressentimentos e tensões. Então, no dia 16 de agosto de 1951, ela foi palco da maior bad trip da história do planeta.



Um pão maldito

De uma hora para outra, a loucura tomou conta da cidade. A população, em delírio, via demônios e fantasmas em todos os cantos. Pessoas se jogavam das janelas ou tentavam se afogar para escapar de cobras imaginárias.

Um menino de 11 anos tentou estrangular a própria mãe. Nem os animais escaparam: em meio ao caos, um cão ficou por mais de uma hora uivando para o sol a pino na praça central. Ao todo, mais de 200 pessoas tiveram algum distúrbio, mais de 30 sofreram alucinações severas e quatro morreram.

Na época, a população culpou um padeiro da cidade, que teria vendido pão envenenado para os cidadãos. O caso ficou conhecido como “Le Pain Maudit” (O Pão Maldito). Os médicos foram rápidos em apontar ergotismo, uma doença transmitida por fungos encontrados nos grãos de trigo. Agora, quase 60 anos depois, o jornalista H. P. Albarelli Jr. lança uma hipótese que mistura teorias conspiratórias e psicodelia pura.

Em seu novo livro, A Terrible Mistake, ele diz que a CIA deliberadamente envenenou a comida dos cidadãos de Pont-Saint-Esprit com LSD. O surto coletivo teria feito parte de uma experiência ultras-secreta para descobrir os efeitos da droga em grandes populações.


A PADARIA: não demorou para os médicos apontarem uma intoxicação no pão como vetor da loucura. O padeiro chegou a ser processado e teve de fechar a loja por alguns dias

“Mamãe, os tigres vão nos fazer em pedaços”

Realmente, grande parte dos sintomas são comparáveis a uma viagem de LSD e a situação em Pont-Saint-Esprit pode ser descrita como uma espécie de Woodstock sem música. Em vez de jovens hippies buscando abrir as portas da percepção, a cidade não estava lá muito preparada para abrir porta alguma, com sua população de camponeses supersticiosos e donas de casas religiosas em meio a delírios assustadores e inesperados.

Um dos locais, Gabriel Veladiere, teve de ser impedido por amigos de se jogar no Rio Ródano. Ele gritava em desespero: “Eu estou morto, minha cabeça é feita de cobre e as cobras em meu estômago estão me queimando”. Em outro canto da cidade, uma menina de cinco anos também foi afetada. “Mamãe, eu vou morrer. Os tigres vão nos fazer em pedaços”, dizia, com lágrimas caindo pelo rosto. Depois, apontando para o teto de seu quarto: “Tem sangue escorrendo dali. Você não consegue parar o sangue?”.

O hospital da cidade ficou superlotado, e mais de 70 casas tiveram de ser usadas como ambulatórios de emergência. Os enfermeiros tinham que se dividir entre os doentes reais e imaginários. Um homem implorava para o médico colocar seu coração no lugar, porque o órgão estava escapando pelo pé. Um outro sujeito achou que era um avião e pulou do terceiro andar. Ao cair no chão, correu por mais alguns quilômetros com as duas pernas quebradas.

Nem todos deliravam, alguns simplesmente sofriam de enjoos e ânsia de vômito. Durante dias, a cidade viveu uma estranha insônia, as pessoas se encontravam nas ruas de madrugada e engatavam em animadas conversas. Cheios de energia e com as pupilas dilatadas.

Segundo o historiador Steve Kaplan, especialista no caso do Pão Maldito, a cidade foi invadida por jornalistas do mundo todo. A notícia do surto psicodélico teve repercussão e marca a memória coletiva da França até hoje. Os primeiros boatos eram desencontrados. Poderia tanto ser um ataque químico dos comunistas, quanto uma punição divina para a devassidão terrena. Com o tempo as pessoas começaram a ligar as alucinações ao pão.

A hipótese do ergotismo não tardou a ganhar forças. Também conhecido como Fogo de Santo Antônio, a doença havia sido responsável por diversos surtos de histeria coletiva na Idade Média. “A ideia da ressurreição de um horror medieval era sedutora demais”, diz Steven Kaplan. Alguns sintomas vivenciados pela população são incrivelmente parecidos, como as alucinações e as perturbações intestinais. Na época, Guy Bruere e Miller Maillet, dois comerciantes de cidades vizinhas, chegaram a ser presos por fornecer os grãos contaminados.

Como as investigações começaram a apontar em outras direções, nenhum dos dois ficou preso por mais de dois meses. “Quando você assa um pão que contenha o fungo ergot, ele fica muito feio, preto. Além disso, todos os grãos fornecidos para uma região ficavam armazenados num único silo, é inconcebível que todos os grãos tóxicos tivessem acabado numa única padaria”, afirma Kaplan.

A hipótese oficial, adotada pelas autoridades francesas, foi a de que os grãos foram acidentalmente contaminados por um fungicida à base de mercúrio. Segundo Steven, os sintomas não batiam, mas as investigações foram abruptamente encerradas porque a publicidade negativa estava fazendo mal para os negócios da cidade. O caso permanecia inconcluso e o mistério parecia ficar para a história, quando Albarelli resolveu misturar duas siglas na narrativa: a CIA e o LSD.


AS VÍTIMAS: o padeiro Maillet (à esq.) ficou preso por duas semanas, acusado de vender trigo envenenado. O bioquímico Frank Olson (à dir.) teria sido morto pela CIA por falar demais.

A morte explica

O LSD foi acidentalmente descoberto pelo químico suíço Albert Hoffman em 1943. A CIA foi criada em 1947, para coletar informações relativas à segurança nacional americana. Durante todos os anos 50 e 60, a agência estudou a droga como quem encara a arma definitiva. “Eles pensavam que o LSD tivesse o potencial de substituir as armas de fogo e bombas, que guerras poderiam ser travadas apenas com químicos alucinógenos”, diz Albarelli.

O jornalista deparou com a história de Pont-Saint-Esprit e do Pão Maldito quando investigava a morte do cientista bioquímico Frank Olson, tema de seu livro. Olson trabalhava para a CIA e foi encontrado morto no final de 1953, depois de presumidamente se jogar do 13º andar de um hotel.

A versão de que Frank teria se suicidado nunca convenceu a família — a janela estava fechada quando ele se atirou para a rua. Só em 1975, quando o governo americano abriu arquivos que eram mantidos em segredo, que as circunstâncias de sua morte começaram a ficar claras.

Olson trabalhava no Forte Detrick, em Maryland. O local era conhecido como o centro de pesquisa para ataques bioquímicos do governo. “Seu trabalho era pensar em modos novos e melhores de matar”, diz Albarelli. Ele estudava vários tipos de agentes biológicos e químicos.

Ali, ele atuava sob supervisão de um projeto da CIA chamado MKULTRA, que estudava quase todo tipo de droga, a fim de utilizá-las como soro da verdade, em missões de sabotagem ou para fins de controle mental. “O MKULTRA testou todas: LSD, mescalina, cogumelos, peyote, morfina, heroína.”

Mas, sem dúvida, a mais investigada de todas as substâncias foi o LSD. Segundo Albarelli, pelo menos 6 mil homens do exército americano serviram de cobaias para o projeto. “Mas se contarmos o total de afetados, incluindo civis e estrangeiros, foram mais de 10 mil cobaias, inclusive prisioneiros de guerra.”

O MKULTRA também testou a droga em civis. Às vezes, os experimentos eram voluntários, como os que aconteciam com viciados em drogas na Prisão Federal em Kentucky. “Os viciados em heroína não gostavam de tomar mescalina e LSD. Então, como forma de pagamento, eles ganhavam mais heroína do governo”, afirma o jornalista.

Um dos casos que mais repercutiu na opinião pública americana foi a Operação Clímax da Meia-Noite. Organizada por um agente chamado George Wight, a operação testava a droga em homens cooptados por prostitutas. Segundo uma matéria da revista TIME, de 1977: “De noite, mulheres atraíam os rapazes para esconderijos e lhes davam LSD ou maconha, enquanto outros homens olhavam através de um falso espelho e gravavam a cena [...] As mulheres, aparentemente prostitutas clandestinas, ganhavam US$ 100 por cada trabalho para a CIA”.

Grande parte dessas informações veio a público em 1975, quando uma investigação do Congresso tornou públicos os arquivos da operação MKULTRA. Ou o que restou deles. “Mais detalhes sobre esses casos são muito difíceis de descobrir, já que os documentos foram todos destruídos em 1973, por ordens do diretor da CIA. Foram queimadas 140 caixas. Sobraram somente umas vinte, em sua maioria com balanços financeiros”, diz Albarelli.

Com as novas informações, a família de Frank Olson tinha subsídio para cobrar por respostas mais aprofundadas do governo. Acontece que era comum os cientistas também testarem as drogas em si mesmos. O diretor do MKULTRA, Sidney Gottlieb, contou para Alabrelli que usou a droga mais de 40 vezes: “E ele gostou de cada uma delas, disse que se tornou uma pessoa melhor”, afirma o escritor.

Frank Olson nunca tinha participado desses experimentos, até que foi chamado para uma reunião com outros cientistas do projeto, nove dias antes de sua morte. No evento, quase todos os presentes foram drogados por uma dose de LSD que havia sido escondida numa garrafa de Cointreau. A versão oficial do caso mudou. Agora, Frank teria entrado em um estágio de extrema paranoia e depressão depois de ter sido drogado pelo governo. Ele teve de ser afastado de suas funções e estava em Nova York para receber ajuda psiquiátrica, mas se matou durante o tratamento. Em 1975, o presidente Gerald Ford pediu desculpas para a família de Olson e ofereceu US$ 750 mil de indenização.

A nova história também não convenceu a família do cientista, especialmente o filho mais velho, Eric Olson. Em 1994, ele finalmente conseguiu que o corpo do pai fosse exumado e uma análise forense apontou lesões em seu crânio. Frank teria sido golpeado na cabeça e nocauteado antes de ser atirado pela janela. Os depoimentos recolhidos por Albarelli trazem uma nova versão: ele teria sido assassinado pela CIA. Olson estaria falando demais, revelando segredos da agência. Suspeitavam, inclusive, que estivesse contando histórias sobre uma experiência ultrassecreta realizada numa cidadezinha francesa...



A ponte

Eis que duas histórias aparentemente sem nenhuma relação se juntam. “Frank andou conversando com três ou quatro pessoas sobre assuntos que não deveria. Ele até mencionou a experiência de Pont-Saint-Esprit”, diz Albarelli. O cientista estava na França na semana do surto coletivo, e o autor sustenta que não era a passeio: “Os documentos e depoimentos não me deixam dúvida: foi uma experiência da CIA em parceria com o exército americano”.

No entanto, Albarelli não arrisca dizer exatamente como foi a experiência em Pont-Saint-Esprit: “Tudo é muito incerto. Um dos depoimentos mostra que eles colocaram a droga em gêneros alimentícios. E eu suspeito que isso signifique o pão”. Ele também diz que, na época, a CIA já tinha a tecnologia necessária para jogar o LSD em forma de aerossol, e que isso poderia explicar o fato de animais também serem atingidos.

Se Frank Olson estivesse realmente dando depoimentos sobre o teste, inclusive falando com a imprensa, a situação ficaria muito ruim para a CIA, que se veria envolvida em uma operação ilegal, em território estrangeiro e que matou quatro pessoas. “Foi por isso que deram LSD para Frank Olson, para interrogá-lo e ver o quanto ele era confiável”, afirma o jornalista. Após o evento em que todos tomaram a droga, ele foi levado para Nova York, testado e novamente interrogado. Ali, tentou escapar e acabou sendo arremessado da janela por dois ex-traficantes recrutados pela CIA.

A hipótese de Albarelli não é exatamente unanimidade. O próprio historiador Steven Kaplan duvida da história: “Os médicos prestaram muita atenção nas alucinações sofridas pela população, mas esse não foi o único sintoma. Além disso, o LSD reage em no máximo uma hora. No caso de Pont-Saint-Esprit, a alucinação demorou mais de um dia para aparecer. Os sintomas iniciais foram os problemas gastrointestinais”.

“Mas acho que devemos ter uma mente aberta”, continua Kaplan. “O problema de Albarelli é que ele não tem nenhuma evidência. Ele tem grandes provas que ligam a CIA com o LSD. Mas muito pouco que liga a CIA com o caso do Pão Maldito. Os papéis que ele apresentou podem simplesmente apontar que a CIA, como o resto do mundo, ficou curiosa com o que aconteceu. Eu digo para ele me mostrar as evidências, ou, por exemplo, por que escolheram uma cidadezinha da França para esse experimento? Se mostrar, vou ser o primeiro a aceitar. Mas se não mostrar, é melhor ele calar a boca.”

De fato, os documentos que Albarelli apresenta são vagos. Um deles transcreve um diálogo entre um agente da CIA e um cientista da Sandoz, laboratório que produzia o LSD. Os dois conversam sobre o “segredo de Pont-Saint-Esprit” e revelam ter conhecimento de que não foi o pão que causou o incidente. Albarelli sustenta que as provas importantes teriam sido destruídas em 1973. De resto, a teoria é baseada em depoimentos, em sua maioria sigilosos, de ex-operativos da agência.

O caso do Pão Maldito continua aberto. Enquanto isso, os últimos sobreviventes da "viagem" em Pont-Saint-Esprit vão continuar sem saber o que foi que os tirou de órbita por alguns dias, e os devolveu como parte de um dos capítulos mais misteriosos da história do século XX.

terça-feira, 1 de fevereiro de 2011

segunda-feira, 31 de janeiro de 2011

Do músculo ao coração



No início de sua carreira, um dos mais conhecidos especialistas em condicionamento físico no Brasil, Nuno Cobra, foi taxado como maluco por tentar quebrar alguns paradigmas da medicina. Hoje, respeitado e reconhecido no Brasil por suas inovações e seu trabalho com personalidades do esporte, como Ayrton Senna, Alexandre Barros, Rubens Barrichello e Neto. Nuno defende que o melhor caminho para se atingir o coração é por meio do músculo e a alma pelo corpo. Em entrevista à revista SINCOMAVI, ele aconselha aos iniciantes no esporte atenção ao todo e esquecer a obsessão por corpos perfeitos e atividades físicas da moda.

Início
Depende muito da atividade física. O nosso corpo é muito refratário ao movimento. Ele simplesmente adora estar em ação, porque assim foi sua vida nestes muitos milhões de anos que caminhou sobre a Terra. Mas ele gosta do trabalho em equilíbrio de oxigênio; o trabalho em debito não é agradável para o organismo e causa um envelhecimento precoce.
O maior cuidado é respeitar sempre o momento cardiovascular que a pessoa se encontra. Não existe idade, apenas há quanto tempo ela esta parada. As pessoas são diferentes e, por isto, o maior cuidado é o movimento estar de acordo com o momento no qual cada pessoa se encontra. Pode ser uma caminhada ou uma corrida, ou até mesmo um simples passeio. Tudo vai depender do estado físico em que ela está. O maior erro cometido ocorre quando se estabelece um processo de trabalho com o corpo e partir para o excesso, colocando uma intensidade fora de suas condições atuais. Torna-se algo difícil, muito sacrificado, doloroso e desagradável. Não é o que você irá fazer que conta, mas a intensidade do trabalho. Aquilo que deveria ser realizado para lhe dar saúde e ser feito pela vida toda, passa a ser realizado com muita dificuldade e ainda acaba desgastando o seu organismo, diminuindo a resistência de seu sistema imunológico ao invés de aumentá-la. Tudo tem de estar de acordo com cada pessoa. Você pode correr forte e estar em equilíbrio de oxigênio ou caminhar devagar e estar em debito de oxigênio. Não vai depender do que se faz, mas sim do que cada um pode fazer. Como a respiração é porta voz do coração você tem de estar sempre percebendo qual o seu ritmo respiratório durante a prática cardiovascular. Se a respiração está numa boa, ótimo. Mas se estiver com a respiração ofegante, está péssimo. Apenas isto!


Benefícios
È de tal importância o nível de saúde na atividade profissional, que no futuro, tenho certeza não muito longe, quando uma empresa for escolher um candidato, irá existir um índice na primeira pagina no alto, à direita, que será seu VO2 máximo. Este índice revela a quantidade de sangue que passa pelo coração em um minuto e é absorvida por todas as células do corpo. Depois de uma bela seleção dos candidatos, vai ser escolhido no final aquele que tiver este índice mais elevado. Assim, se uma empresa tem alguns candidatos que são os melhores, contratarão aquele com melhores condições orgânicas revelado por este índice. Para ter uma ideia mais concreta a respeito do assunto, o Ayrton Senna tinha, em janeiro de 84, quando iniciou o trabalho comigo, 32 mililitros de sangue em seu VO2 máximo. No ano de 88 ele chegou a 82 mililitros. Quase triplicou sua eficiência cardiovascular. Este VO2 máximo, que é desenvolvido com um belo trabalho de condicionamento físico, leva a pessoa a não mais faltar por doença no seu trabalho, a realizar um trabalho com muito maior concentração e resultado, a produzir bem mais que outro com um índice mais baixo. Ela não mais necessitará desse tal plano de doença que as empresas insistem em chamar de saúde. Para a saúde mesmo não faz nada, somente é usado se a pessoa ficar doente, pois a empresa economizará. Um colaborador com um índice de saúde mais elevado resultará num colaborador em sintonia com a organização, mais lúcido e produtivo. Essa pessoa vai estar sempre entusiasmada e otimista. Acima de tudo com muito mais energia, vitalidade e disposição. A atividade realizada de forma correta, sistemática e agradável, além de proporcionar saúde, potencializa as funções orgânicas ao máximo da pessoa, pois irá oferecer ao cérebro a possibilidade de fabricar novos neurônios. Não existe nenhuma forma mais concreta de baixar o estresse que realizar uma bela caminhada ou corrida diariamente até porque ela proporcionará um escape dessa energia negativa, que se acumula durante todo um dia de trabalho. Tudo é colocado para fora numa verdadeira atividade de catarse. Em relação à alimentação, ela vai complementar um bom trabalho de preparação física. O alimento é o principal aliado de um nível de saúde elevado, porque não é apenas o peixe que morre pela boca. Acho fraquíssimo o nível de alimentação das empresas, mesmo sabendo que fritura, além de ser um veneno, produz um colaborador que vai render muito menos. Uma vez que o custo do gasto do organismo será maior para produzir energia a partir desse “alimento”. Deveria ser fornecida ao funcionário uma alimentação superior para que ele esteja mais disposto e bem mais energizado. Para que, enfim, possa apresentar para empresa um trabalho de qualidade.

Caminhos
Antes de tudo deve haver um profundo estado de conscientização de que se está tentando tomar um rumo completamente diferente na vida, onde a saúde passa a ser o ponto mais importante. Sem isto o trabalho fica muito superficial e não duradouro, porque quando o objetivo é apenas ficar forte ou com um corpo mais magro ou mais bonito, tudo fica muito superficial e fútil. O foco tem que estar na saúde, do contrario o trabalho fica sem a profundidade necessária para que este vá à frente, prolongue-se por toda uma vida. Na busca por uma vida melhor, com mais energia, vitalidade e disposição, na qual o corpo possa ser apenas um meio para se tentar desenvolvê-lo como um todo, sob os aspectos emocionais, mentais e espirituais. Assim o trabalho continua. Consegue algo definitivo. O maior erro é justamente ir inconseqüente buscar algo imediato e por ser algo do momento. Em cada época existe sempre a ginástica da moda. Era antes a tal "pulação" com música que se chamava Aeróbica, depois step, depois spinner, e tantas outras invenções modernas. Agora está na moda Ioga e Pilates. O importante é justamente a realização de algo básico no sentido de desenvolver sua saúde e o melhor caminho ainda é a velha caminhada e depois a corrida, mas sempre em estado de equilíbrio de oxigênio.

Saúde
Cientificamente não há escolha, o caminho é um só, primeiramente deve ser desenvolvido o seu lastro cardiovascular através do qual a pessoa irá realmente elevar seus níveis de saúde para patamares superiores. O nível do brasileiro é baixíssimo. Justamente por este motivo é necessário fazer vacina para não ficar com uma gripe. Se houvesse realmente saúde, não haveria necessidade dessa campanha, uma vez que saúde quer dizer Higidez. Ou seja, um estado que a pessoa, mesmo em contacto com o vírus das doenças, não as adquire. Somente o trabalho cardiovascular, desenvolvido em equilíbrio de oxigênio, propicia este desenvolvimento dos níveis de saúde. O esporte deve ser aplicado apenas depois que se formou este estado de desenvolvimento do lastro cardiovascular, porque é sempre um trabalho muito em debito.

Irregularidade
O mais importante em uma atividade física é sua sistematização para que se torne um habito para a vida toda. Não há depósito de condição física. É necessário buscá-la sempre, por isto temos que colocar em nossa cabeça que devemos correr hoje única e exclusivamente para correr amanhã e assim por diante pela vida toda. O movimento sistemático e o equilíbrio nos fornece a energia fundamental para uma vida melhor e nos propicia este estado de entusiasmo que temos por estar sempre em atividade. Não há nenhum proveito em realizar atividade física de vez em quando. É necessário realizá-la sistematicamente para que por meio desse ritmo semanal possa o organismo receber continuamente seus maravilhosos efeitos sobre emoções, espírito e mente.

Realização
O corpo na verdade deve ser entendido apenas como um caminho para se buscar o desenvolvimento de todo o potencial humano. Ele é apenas uma ferramenta pela qual vamos desenvolver nosso corpo emocional, mental e espiritual. Criamos novos neurônios e conexões interneurais, quando submetemos nosso cérebro a movimentos complexos e assimétricos. Para fazer com que estes movimentos fiquem perfeitos, o cérebro tem de movimentar, da maneira a mais absolutamente correta, centenas de músculos, numa espantosa sinergia para sua execução perfeita. Nessa exigência, está espetacularmente desenvolvendo-se
A espiritualidade por outro lado é uma decorrência absolutamente natural de nos abrirmos mais perante a vida e, principalmente, sobre nosso maior conhecimento pessoal. Oferecer melhores condições de nos percebermos como criaturas capazes de realizações, Quando você consegue ser uma pessoa melhor, cria-se a partir daí uma consequente possibilidade de se aperfeiçoar em relação a seus semelhantes. Doar aquilo que sobra em você: grandeza e profundidade. Nada mais do que o amor que você aprendeu a dar para si mesmo.

Alimentação
O tempo é emocional, você o coloca naquilo que considera importante. A partir do momento que a pessoa tem a consciência que vale a pena e que merece, tudo passa a rodar em torno dela e o tempo aparecerá como uma circunstância absolutamente natural. Quando você não existe em sua vida, porque ainda não amadureceu para saber que nada é mais importante que ela, a vida, tudo fica difícil e distante de suas possibilidades. Quando você passa a se gostar mais de você, o resto se acerta.

quinta-feira, 5 de agosto de 2010

A RENOVAÇÃO DA ÁGUIA


A águia, a ave que possui a maior longevidade da espécie, chega a viver a 70 anos.
Mas, para chegar a essa idade, aos 40 anos ela tem que tomar uma séria decisão.
Aos 40 anos, está com as unhas compridas e flexíveis, não consegue mais agarrar as suas presas das quais se alimenta. O bico alongado e pontiagudo se curva, apontando contra o peito. As asas estão envelhecidas e pesadas em função da grossura das penas, e voar já é tão difícil! Então, a águia só tem duas alternativas: morrer... ou ... enfrentar um dolorido processo de renovação que irá durar 150 dias.
Esse processo consiste em voar para o alto de uma montanha e se recolher em um ninho próximo a um paredão onde ela não necessite voar. Então, após encontrar esse lugar, a águia começa a bater com o bico em uma parede até conseguir arrancá-lo, sem contar a dor que terá que suportar.
Após arrancá-lo, espera nascer um novo bico, com o qual vai depois arrancar suas velhas unhas. Quando as novas unhas começam a nascer, ela passa a arrancar as velhas penas. E só após cinco meses sai para o famoso vôo de renovação e para viver então, mais 30 anos.
Em nossa vida, muitas vezes temos de nos resguardar por algum tempo e começar um processo de renovação. Para que continuemos a voar um vôo de vitória, devemos nos desprender de lembranças, costumes, e outras tradições que nos causam dor.
Somente livres do peso do passado, poderemos aproveitar o resultado valioso que uma renovação sempre traz.
Todos os dias há um novo recomeço, temos uma nova chance de viver um novo dia e fazer o que não pudemos ou quisemos fazer ontem. As suas células se renovam a cada 24 horas, Se a cada dia você se torna uma nova pessoa biologicamente, você também poder se tornar uma nova pessoa psicologicamente Você pode escolher ser a mesma pessoa de ontem, ou pode mudar para melhor, ou pelo menos um pouco. Quando você muda, muda tudo a sua volta. Quando percebemos que não podemos mudar coisas, pessoas e acontecimentos é o momento ideal de mudarmos a nós mesmos. Então renove os seus hábitos, seus métodos de trabalho, seu tratamento às pessoas, sua maneira de enxergar as coisas, seus procedimentos. Para toda ação existe uma reação semelhante.
Pense nisso!

sexta-feira, 26 de fevereiro de 2010

A Era do Aquário


O mito grego de Guanimedes, o jovem semideus grego raptado pela águia de Júpiter, é essencialmente o mito de Aquários. O homem que vive na superficialidade de uma existência terrestre material e ilusória, que caminha numa horizontalidade cega e sem rumo, debate-se agora num vazio espiritual, num vácuo onde a vida comum perdeu todo o seu sentido, e, de dentro desse vácuo o seu coração é agarrado pela era aquariana e arrastado para a verticalidade que conduz para as alturas da iluminação e da verdadeira Iniciação. Essa verticalidade que desce das alturas rapta-o para o elevado mundo dos Anjos divinos, para o mundo das Asas Imperecíveis, para o ar e para o espaço solar distante e luminoso. A águia de Júpiter conduz o raio do poder daquele deus grego.

Ela toma Guanimedes pela cabeça e pelos cabelos, ou seja, eleva-o até o mundo dos deuses imortais através da mente e de suas faculdades. O raio de Júpiter que a águia porta nas garras faz a mente de Guanimedes tornar-se um lago de luz, um oceano de faculdades e dons iluminativos. O homem de Aquários certamente anseia por um contato direto e vertical com a Verdade. Se os pés da águia não tomam a sua mente para leva-la até a genuína instrução libertadora, ele sente-se vazio, sedento, pouco preenchido por dentro. Doi-lhe uma dor de alma, uma dor de peito, de coração, que
o faz olhar ao redor com inquietação, e dá-lhe a certeza intuitiva de não ter ainda encontrado a Senda espiritual, de estar, ainda, apesar dos anos de pesquisa e peregrinação no mundo inferior, em plena busca dela.

Essa sensação é tipicamente aquariana. Aliás, um dos símbolos de Aquários é um vaso jorrando água, o que nos faz lembrar da frase taoísta: "O Tao é um vaso vazio vazando". Anos de banco na escola de ordens semi-esotéricas tornam-se, às vezes, para o homem aquariano, um vaso vazio, sem o Tao, sem a essência da Verdade. Quando o Tao aparece perante Aquários, o vazo vazio passa a vazar, a transbordar com o líquido do Graal, e Guanimedes, o homem que busca a Senda, para de rodear a horizontalidade da Terra, e voa rumo a verticalidade da Luz Solar. Assim, saindo
da horizontalidade e penetrando a verticalidade, o homem aquariano traça em seu sangue, em seu próprio ser, a cruz luminosa do Cristo.


Aquário, O Aguadeiro, é o garçom dos deuses. O zelador da água potável (em mitos mais antigos). Um dos signos do zodíaco que já nasce com função social.

Antes de Ganimedes, os egípcios tinham lá também o seu Deus que derramava água ao encher o Rio Nilo e salvava, assim, toda a tribo da inanição. Aquário, como vimos, é o Aguadeiro que serve o ‘bem-bom’ aos deuses do Olimpo. O signo de Aquário já nasce com uma função: o de servir e o de zelar a água e o néctar dos deuses, o de servir e o de zelar a água, o néctar dos homens.

terça-feira, 26 de janeiro de 2010

Cachorro; o guardião dos segredos subterrâneos


No Egito, terra dos terapeutas, o ouro era consagrado a Anúbis, cujas estátuas eram recobertas por esse metal. Anúbis é o nome grego do deus que os egípcios denominaram Ampu ou Anupu, condutor de almas: era ele que abria aos mortos a porta do caminho que leva ao outro mundo. Ele é representado como um chacal ou cabeça de cachorro. A cidade principal de seu culto os gregos chamaram Cinópolis. Paralelamente, esse chacal-cachorro estava em correspondência com Sírio, a principal estrela da constelação do Cão Maior, de enorme importância para os egípcios porque seu aparecimento sobre o horizonte indicava o início de seu ano agrícola, e por isso o ponto de partida de seu calendário real. Enquanto estrela-guia que precedia as demais, foi chamada de "estrela de cachorro". Em relação ao seu nome, o mesmo procede de grego seirios, o " brilhante", o "ardente".

Por ser o cachorro, o cérebro, o guardião dos segredos subterrâneos ele é capaz de atravessar com seus olhos a região das sombras. Caça o que está escondido depois de rastreá-lo, protege os que transitam de uma mundo ao outro, e acompanha os que vão da dor à sua libertação em busca do renascimento. No mundo bíblico, Caleb, o "cachorro", é um dos espiões que Moisés envia para reconhecer a Terra Prometida.

Por isso o cachorro, guardião e explorador, oscilava das minas subterrâneas, onde jaz o ouro solar, à extrema vigilância noturna, iluminado pelo brilho da prata lunar.


Seja-me permitido expressar aqui o mais sincero agradecimento à meus companheiros (as): Basco, Pipoca, Laila, Tuti Junior, Babi, Bob, Luz e Susi.